sábado, 28 de novembro de 2015


DEPOIMENTO DE ENILDA PINTARO ARAÚJO

Parabéns Ana Maria minha irmã querida, pela sua dedicação em publicar a história de nossa família, sei o quanto isso representa para nós que passamos por experiências MARAVILHOSAS na Itália quando estivemos fazendo a cidadania e principalmente naqueles momentos que descobrimos a origem completa da nossa família.

Hoje sei o quanto isso representa para nós e para tantos outros familiares que queiram conhecer mais a nossa história e também em ir atrás da cidadania.

Quando comecei as buscas da documentação, por algumas vezes pensei em desistir, pois as informações eram confusas e me levavam a crer que o nome PINTRO tinha sido modificado quando chegaram no Brasil, mas ainda bem que sou resiliente (qualidade de PINTRO, como nossos antepassados que suportaram tudo no início no Brasil).

No dia que mudou o nome do NONO ISIDORO no cartório foi um marco para mim, pensei muito, fazendo algo que ele levou por toda sua vida, pois o nome da gente é SAGRADO. Passou mil coisas na minha cabeça, mas hoje sei que valeu a pena, não quis mudar a história de ninguém apenas descobrir. “Nono onde quer que o Sr. Esteja, sei que vai me entender”.

Aos pioneiros da cidadania da Família PINTRO/PINTARO, muito obrigada por acreditarem junto comigo a enfrentar o desafio, a manter os custos e principalmente pelo desejo de descobrir nossa história. Meu obrigado a Ana Maria e Isidoro (meus irmãos), a Rosângela, Brígida, Eleotério (saudades) e a Anelir (meus primos).

Espero que as pessoas da Família PINTRO/PINTARO se encontrarem nesta história de superação de nossos antepassados e mais que isso contribuam para que este blog seja completo, quanta informação podemos descobrir ainda, que cada um que se sinta tocado, escreva um pouco mais da sua história para se completar a tantas outras, onde quer que esteja neste mundo de meu Deus.

Minha GRATIDÃO em especial a você ANA MARIA pela dedicação em mostrar para o mundo nossa história, que Deus permita que ela chegue a todas as pessoas com o sentimento de REDESCOBERTA da nossa origem.

Enilda Pintaro Araújo – Araruna/Paraná.

Enilda Pintaro Araujo e seu esposo Edson Araújo em Recoaro Terme - Itália
Enilda Pintaro Araújo e seu esposo Edson Araújo em
Recoaro Terme - Itália (03/2013)



A VIAGEM


Em fim chegou o dia tão esperado de embarcarmos rumo a Itália, fazendo o percurso inverso de nossos antepassados.

Nos encontramos no Aeroporto de Guarulhos depois do almoço do dia 23/02/2013, eu, Alceu e Mariane, que embarcamos em Palmas-TO, minha irmã Enilda e Edson, que embarcaram em Maringá-PR e Fernando, filho de nossa prima Brígida que veio de Mauá-SP.

A expectativa para o embarque era grande, nossa primeira viagem internacional e de longa duração, tudo era novidade. O embarque ocorreu as 16:10 horas, pela Companhia Aérea Alitalia, o avião era um modelo Boeing 777-200, para 293 passageiros, com os assentos dispostos em 3-4-3, e duração de onze horas de voo.

O voo foi tranquilo, sem contratempos. Após a decolagem são distribuídos travesseiros, cobertores e fones de ouvido. Ao longo dos corredores, existem telas que ficam passando os dados do voo, como mapas, altitude, temperatura externa e um contador regressivo. Cada poltrona tinha sua própria tela com opções de jogos, músicas, filmes, etc. com um controle que ficava embutido no braço da poltrona, o que ajudou muito a passar o tempo.
Umas duas horas após a decolagem serviram o jantar. E cerca de uma hora antes de pousarmos em Roma serviram o café da Manhã.

vista interna do avião com telas de entretenimento no corredor e poltronas
Espaço interno do avião com telas de entretenimento dos
corredores e poltronas

O que eu achei interessante em relação ao serviço de bordo foi o fato de que de vez em quando o comissário passava com água ou suco, além de no fundo do avião ficarem disponíveis durante toda a noite bebidas, como água, café, suco, refrigerantes e vinho o que causou uma movimentação razoável de passageiros que não aguentavam mais ficar sentados e aproveitavam para beber alguma coisa. Teve dois ou três passageiros que ficaram alterados com a bebida, mas nada que incomodasse os outros.

Desembarque Aeroporto Leonardo da Vinci (Fiumicino) - Roma
Desembarque no Aeroporto Leonardo da Vinci - Roma


Chegamos em Roma às 07:20, lembrando que nessa época do ano a diferença de fuso horário entre Brasil e Itália é de 3 horas. Fomos da pista de pouso para o aeroporto de ônibus. Estávamos preocupados com o horário, pois tínhamos apenas 2 horas para a conexão a Veneza. Fomos encaminhados a imigração, estávamos muito ansiosos, pois nos informaram que poderiam fazer várias perguntas, mas simplesmente olharam para nós e bateram o carimbo no passaporte.

Edson, Enilda, Mariane, Ana Maria e Alceu em Aeroporto Leonardo da Vinci - Roma
Edson, Enilda, Mariane, Ana Maria, Alceu com o fotografo
Fernando, em Aeroporto Leonardo da Vinci-Roma

O terminal para o voo seguinte era longe, mas deu tempo de sobra, localizamos o voo na tela e depois disso foi só seguir as placas indicativas com a letra do portão, impossível se perder. O voo para Veneza durou mais ou menos uma hora.

Chegando a Veneza ficamos aguardando a Sandra, que nos pegou no aeroporto Marco Polo e nos levou até a cidade de Lonigo-VI, distante 91 quilômetros, onde adquirimos a nossa tão sonhada cidadania italiana.

Mariane Pintaro Arruda em Aeroporto Marco Polo - Veneza
Mariane cuidando das bagagens no Aeroporto Marco Polo
Veneza, enquanto localizávamos a Sandra

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

ANCIOSOS PARA VIAJAR


Com toda documentação necessária para solicitar a cidadania italiana em mãos já traduzida para o italiano em outubro de 2008, o próximo passo foi aguardar o Consulado Italiano em Curitiba abrir para agendamento para darmos entrada na legalização dos documentos.

Em abril de 2012 recebemos e-mail do consulado informando que os nossos documentos foram avaliados e aprovados e para darem andamento a legalização deveríamos pagar valor referente a taxas consulares e que após comprovado os pagamentos, os documentos estariam disponíveis a partir de 04/06/2012.

Foi o que ocorreu, e a partir daí a minha irmã Enilda que já vinha mantendo contato com Sandra, uma brasileira que mora na Itália, a contratou para que tomasse todas as providencias referente as fases do processo na Itália que era:

1- Fazer a declaração de presença na Polícia da imigração "Questura";
2- Dar entrada na residência, fazer a locação de casa em nosso nome;
3- Contatar a Polícia Municipal para verificar a nossa presença e confirmar a residência;
4- Organizar a entrada da cidadania com o protocolo na Prefeitura;
5- A Prefeitura faz o pedido da Certidão de Não Renúncia ao Consulado Italiano no Brasil (acompanhar);
6- O Consulado Italiano no Brasil responde a NR;
7- O Prefeito assina a cidadania (acompanhar);
8- É elaborada a transcrição dos documentos (acompanhar);
9- Ocorre a emissão de RG e Passaporte (acompanhar).

A Sandra, já havia providenciado a cidadania italiana das primas Rosangela Pintaro Biondaro, que foi a primeira a obter a cidadania italiana , Brígida Pintaro Biondaro e sua filha Patrícia, e do primo Eleutério Pintaro Biondaro e de seus filhos Antonio Marcos, Anikely, Allan, Eleutério Junior

A Enilda também providenciou em novembro/2012 a compra das passagens de ida e volta pela Companhia Aérea Italiana Alitalia com embarque para o dia 23/02/13 às 16:10h do Aeroporto de Guarulhos-SP para Roma – Aeroporto Leonardo da Vinci e de Roma para Veneza – Aeroporto Marco Polo. Bem como as passagens dela e de meu cunhado Edson de Maringá para São Paulo – Aeroporto de Guarulhos e a minha, de meu esposo Alceu e de Mariane, minha filha, de Palmas-TO para São Paulo – Aeroporto de Congonhas.

Fizemos um levantamento dos investimentos por pessoa, que foram necessários  para que nossos sonhos se concretizassem:

  • Despesas consulares, passaporte e com empresa prestadora
de serviços para busca de documentos no Brasil e Itália    e
traduções.....................................................................................R$ 1.300,00;
  • Passagens ida e volta de voos domésticos.................................R$  437,00;
  • Passagens ida e volta para Itália.................................................R$ 1.975,00;
  • Pagamento a Sandra pelos serviços prestados (em euros).......... 3.000,00;
  • Recursos para se manter na Itália (alimentação, transporte) etc..1.000,00;


Agora sim estávamos em contagem regressiva, aguardando ansiosamente o dia 23/02/2013.

Certidão Negativa de Naturalização de Luigi Pintaro
Certidão Negativa de Naturalização de
Luigi Pintaro

terça-feira, 17 de novembro de 2015

A VIAGEM 



A ORIGEM

Os imigrantes que chegaram a serra gaúcha entre 1875 e 1920 saíram essencialmente, de quatro das 20 regiões italianas. Região do Vêneto – 54%, das Províncias de Veneza, Pádua, Rovigo, Beluno, Treviso, Vicenza e Verona; Lombardia - 33%, das Províncias de Cremona, Mânua, Pavia, Milão, Brescia, Bérgamo, Como, Varese e Sôndrio; Região de Friuli-Venezia Julia – 4,5%, das Províncias de Údine, Pordenone, Gorizia e Trieste; Outras regiões da Itália 1,5%.


DADOS

A marinha mercante italiana não tinha vapores suficientes para transportar os imigrantes, por isso a maior parte das viagens era realizada por embarcações de nacionalidades francesa, inglesa, austríaca e alemã.

O peso dos navios era em média 10.566 toneladas, viajavam a uma velocidade média de 18,5 km/h, a tripulação era composta de 200 pessoas e transportavam em média 2.400 passageiros, o tempo de viagem era entre 28-40 dias até o Brasil, o consumo de carvão era de 100 toneladas dia, tinham seis enormes caldeiras, seis casas de aço (divididas em quatro ruas). 1/3 do navio era ocupado pelo motor.


PRIMEIRA E SEGUNDA CLASSE

A primeira e segunda classe era composta aproximadamente de 19% dos passageiros. Os quartos, banheiros e salões de primeira classe, no transoceânico, tinham o nível de um hotel de luxo, com acabamento em mármore, móveis laqueados, alimentos preparados por um chefe internacional e música.

São mais comuns os relatos sobre a primeira do que a segunda classe. O espaço do navio destinado aos endinheirados em nada lembrava aquele destinado aos imigrantes. Com direito a quarto privativo e serviço de camareira, cada cabine de passageiros tinha cama, sofá e espelho.


TERCEIRA CLASSE

Oito em cada dez passageiros faziam parte da terceira classe. Os dormitórios eram abarrotados e havia divisão entre homens e mulheres e no feminino havia crianças de ambos os sexos e o calor beirava os 32ºC. Os passageiros dormiam num espaço estreito chamado de cucceta e duas ou mais criança podiam ocupar uma única cucceta. Havia latrinas masculina e feminina, mas elas eram insuficientes e a noite urinava-se e defecava-se nos dormitórios.

Por volta de 1910, estabeleceu-se que deveria haver uma a cada 80 passageiros.


COMIDA

Na Itália, a alimentação era escassa. O cardápio trazia polenta à manhã e à noite e minestra ou feijão ao meio-dia. Já a comida do navio, distribuída por família ou grupo de oito pessoas, era relativamente abundante e, possivelmente, melhor do que a de casa. Ao embarcar o responsável pela família recebia um papel timbrado chamado rancho, para apanhar a comida na cozinha, no horário das refeições. O rancho tinha sopa de massa ou legumes, um prato de carne de gado ou ovelha, língua, batata, bacalhau, ovos, pão e 250ml de vinho. De manhã, café com biscoitos.


DOENÇAS E FALTA DE HIGIENE

Os passageiros eram examinados por um médico ou um comitê sanitário e vacinados contra a varíola. Doentes graves permaneciam em terra.  Os navios tinham um médico e um hospital precário. Raros navios dispunham de espaço para o isolamento das doenças contagiosas.

As condições sanitárias dos navios eram controladas rapidamente, e as bagagens desinfetadas. Os passageiros só tomavam banho antes de partir e ao desembarcar. Napolitanos assoavam o nariz com as mãos e as mulheres matavam os piolhos dos maridos na frente de todos.

Além dos surtos de piolho, as doenças mais comuns eram o sarampo e a cólera. Quando alguém morria, o corpo era colocado dentro de um saco de lona com algumas pedras de carvão mineral para fazer peso. Depois de uma rápida cerimônia religiosa, era lançado ao mar. Esse procedimento era necessário para evitar o contágio dos demais passageiros.

O Código da Marinha Mercantil, de 1865, previa a proibição do embarque de idiotas, surdos-mudos, mentecaptos e a obrigação da presença a bordo de um médico, se houvesse mais de 150 pessoas no navio.


DIA A DIA

O clima da viagem dependia de três fatores: a qualidade do navio, as variações climáticas e o grupo de imigrantes. O “mal do mar” era comum. O imigrante Andrea Pozzobon relatou que pouco depois de levantadas as âncoras, o enjoo começou “com vômitos e vertigens. Maridos semidesesperados acudiam mulheres e seus filhotinhos.”

       Os passageiros podiam permanecer no convés até o sinal de silêncio. Os imigrantes lombardos jogavam mora e os vênetos jogavam cartas (trissete e bisca). À noite, ouvia-se mulheres entoando canções de ninar e rezando.


PORÃO PERTENCES E ANIMAIS

Cada imigrante tinha direito a 100 quilos de bagagem, que não deveria ultrapassar meio metro cúbico: eram caixas, malas, baús de todos os tipos. Levavam roupas, roupas de cama, instrumentos de trabalho, moinho de café, chapéus, sombrinhas, colchões, pente de tear, máquina de fazer macarrão, relógio, espingardas, lampiões, navalhas de barbear, pedra de afiar, louças e até rodas de carreta.

Perto da terceira classe, havia estábulos de bois e cavalos, gaiolas de pombos e galinhas, engradados com coelhos e carneiros. No fundo, o matadouro. Alguns animais eram abatidos durante a viagem.

Na parte inferior do navio ficavam os depósitos de carvão, torrentes de água doce, mantimentos de animais vivos, depósito de cabos, velas, roldanas, tubos de descargas e depósito de bagagens.


A PASSAGEM

Depois da unificação italiana a lira era igual ao franco francês, belga e suíço. Uma lira equivalia a 4,5 gramas de prata ou 1,96 euros moeda atual.
5 liras (R$34,00) era o preço da passagem de trem entre Vicenza e Gênova, na classe econômica, que equivalia a diária de cinco dias de um trabalhador braçal no norte italiano.

530 liras (R$3.548,00) era o valor de uma passagem, mas o governo imperial brasileiro bancava o transporte. 

360 liras (R$2.410,00) equivalia ao salário anual de um trabalhador braçal no norte da Itália.

Dez anos era o prazo que os imigrantes tinham para começar a pagar a passagem e a ajuda de custo dada pelo governo.


NO BRASIL

O desembarque era no Rio de Janeiro. Daí seguiam para Santos, onde desembarcavam aqueles imigrantes que tinham São Paulo como destino. Do porto até a capital paulista, a viagem era feita de trem. 

A viagem para o Rio Grande do Sul prosseguia, com escalas em Paranaguá-PR e Florianópolis-SC, até a cidade de Rio Grande. Por meio de Pelotas, os imigrantes que desembarcariam na serra gaúcha ingressavam na Lagoa dos Patos e chegavam a Porto Alegre, onde desembarcavam.

A demora da viagem variava de acordo com o porto de destino. Quem iria para Garibaldi (Colônia Conde D’Eu) e Bento Gonçalves (Colônia Dona Isabel) desembarcavam em Montenegro, depois de sete horas de viagem. Quem iria a Caxias, descia no porto dos Guimarães, em São Sebastião do Caí, depois de dez horas no barco. O trajeto seguinte, até o topo da serra, era feito a pé, com ajuda de mulas e cavalos.


Ilustração das repartições de  navio transoceânico
Referência; texto retirado do site www.zh.clicrbs.com.br  




DISTORÇÕES HISTÓRICAS


Distorções históricas são comuns e afetam a memória dos povos em relação a nomes ou acontecimentos passados. Em geral, são fruto de desinformação, não de má fé.

Nossa família também foi vítima dessa distorção, principalmente no que se refere a erros de grafia. Como vocês puderam observar e vão continuar observando nos documentos postados, erros absurdos de grafia do nome, sobrenome e transcrição de nomes italianos para o português. Por exemplo os nomes de Michele Pintaro e Maria Righele foram escritos da seguinte maneira nas certidões de casamento dos filhos: Luigi – Luigi Pinto – Michele Pintos e Maria Requelle; Teresa – Theresa – Miguel Pentro e Maria Righele, esse correto; Angela:  Angila Pintró – Michele Pintro e Maria Reglo; Giuseppina – Juseppina  – Mechele Pintro e Maria Arigule;  Amadio – Amadeo – Michecl Pedro e Maria Regiú.

Quando fomos a procura dos documentos dos nossos antepassados para anexar ao processo de cidadania a dificuldade foi enorme, o documento mais difícil de encontrar foi o do nosso nono Izidorio Pintaro que a escrevente só localizou depois que buscou por nomes assemelhados. Estava assim registrado; Izidorio Pentro, filho de Luis Pintro e Gacamas Tomais (Giacobba Tomas). Avós paterno: Miguel Pintro e Maria Rigur e avós Maternos: Joanne Famais (Giovanni Tomas) e Gacamos Ron Anaia (Giacobba Romagna).

 No livro Povoadores da Colônia Caxias de Mário Gardelin e Rovílio Costa, 1ª Reimpressão: 2015, página 163 consta o seguinte: “ Por erros de grafia, há uma verdadeira barafunda a respeito dos nomes dos primeiros colonos. Falavam seus dialetos. Os escrivães eram brasileiros, com escasso conhecimento do italiano. Sem contar o famoso Martim Ayres, que estropiou sistematicamente o nome de uma geração inteira. O leitor nem sempre encontrará a grafia correta. Lembre-se do que estamos informando. Aliás, com a unificação da Europa, muitos são os que desejam estudar em suas universidades, e a dupla cidadania tem sido buscada. Melhor seria adequar os nomes à ortografia de além-mar. A menos que queiram duplamente passar por poveracci. Poveracci quando partiram e, mais ainda, quando deixaram seus nomes estropiados.”

O escrivão Martim Ayres mencionado acima foi o que lavrou todas as certidões de casamento dos nossos antepassados.

Ainda no livro Povoadores da Colónia Caxias, página 128, os autores escreveram sobre distorções históricas o seguinte: “Na história da colonização italiana, no Rio Grande do Sul, enfrentamos um grande vazio, que vai de 1875 a 1914, por falta de documentos que deem base a interpretação da realidade social. Operou-se uma transferência de conceito, que se materializam com a segunda geração, insistem, e têm fundamento sobre o empobrecimento cultural de nossa região. E, mais influenciado pela visão do fascismo, que é um movimento culturalmente forte, chegamos a uma série de lugares-comuns que são muito longe da verdade em relação ao imigrante de 1875.

Peço licença para explicar-me. Afirmamos que o colono era um homem de escassa instrução, e inclusive encontrei quem duvidasse de que eles soubessem quem foi Dante Alighieri. Ora, o exame dos nomes dos primeiros povoadores da Colônia Caxias mostra que os alfabetizados eram uma maioria, quanto aos homens, superior à nossa média nacional de hoje. Volto ao Stella d’Italia, que tinha uma ampla rede de correspondentes no Estado, que fornecia material, em todas as áreas.

Poderíamos citar as localidades de Nova Pádua, Nova Trento, Nova Vicenza, Antônio Prado, Caxias, Garibaldi, Bento Gonçalves, Montenegro, Cruz Alta, Santa Maria, etc. Em todas elas havia quem soubesse redigir, liderar e interpretar os sentimentos comuns. E entender as teses do jornal.

O Stella d’Italia foi um privilegiado, que conseguiu captar um momento significativo, isto é, os anos iniciais do século. Mas não se pode esquecer que os imigrantes capazes de posições de liderança já eram maduros, por volta de 1875. Podemos dar-lhes mais de 30 anos. Em 1902, eles já deveriam andar pelos 60 anos; portanto muitos não estavam mais em condições de dar continuidade à sua liderança.

 Não há dúvida de que os filhos dos imigrantes não encontraram escolas e muito menos um ambiente que culturalmente pudesse equiparar-se ao dos pais, deixado na Itália. Houve, assim, um empobrecimento ou depauperamento cultural, que vai tornar-se ainda mais acentuado com a terceira geração. É sobre esta, os que viviam por volta de 1925, que os historiadores montam suas apreciações e análises. Esses conceitos são transferidos para os veteranos de 1875, que haviam já, em sua maioria, falecido.

Torna-se imperioso rever o que se disse e se afirmou. O nível de instrução e de alfabetização dos colonos de 1875 não era o de 1900, e muito menos o de 1925, que é o momento em que se fixam inúmeros conceitos. Precisamos, pois, coletar a documentação que possa responder a essas perguntas. De outra forma, estaremos sempre nos repetindo e cada vez mais longe da verdade.”

Na Transcrição Paleográfica Autenticada da família de Michele Pintaro, consta que ele, sua esposa e os filhos, com exceção de Amadio e Maria que eram crianças de 6 e 2 anos, todos eram alfabetizados.    

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

MARIA PINTARO

Maria Pintaro, nasceu 03/06/1890 em  Torrebelvicino, Província de Vicenza que faz parte da região do Veneto, Itália, filho de Michele Pintaro e Maria Righele, veio para o Brasil em 1893 com dois anos.

Certidão Nascimento de Maria Pintaro

O único documento que tenho de Maria Pintaro é sua certidão de nascimento  além de seu nome constar na Transcrição Paleográfica emitida pelo Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. Seria ela casada com um Langoni ou Longoni?

Quando solicitei  ao Cartório de Registro Civil da 1ª Zona de Caxias do Sul as certidões de casamento dos filhos de Michele não consegui da Maria, pois é necessário que se informe o nome completo das partes. Só com o sobrenome não foi possível.

Estou à procura de informações e fotos de Maria Pintaro (Pintro) e sua família. Se alguém conhecer seus descendentes ou tiver alguma informação que me ajude a chegar até eles ou repasse a eles o endereço deste Blog para contato, agradeço imensamente.



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AMADIO PINTARO  (PINTRO)

Amadio Pintaro,  nasceu 02/01/1886 em  Torrebelvicino, Província de Vicenza que faz parte da região do Veneto, Itália, filho de Michele Pintaro e Maria Righele, veio para o Brasil em 1893 com sete anos.

Certidão Nascimento de Amadio Pintaro(AmadeoPintro)
Certidão Nascimento de Amadio Pintaro

Na Certidão de Casamento já consta o seu nome como Amadeo Pintro, casou com vinte um anos no dia 02/11/1907 na Villa de Caxias, hoje Caxias do Sul, as onze horas da manhã, filho de Pedro Michecl e Maria Regiú, com Angila Santuare, com vinte um anos, natural do Rio Grande do Sul, filha de João Santuare e Maria Santuare, naturais da Itália. Foram testemunhas João Paulete e João Espada.

Certidão Casamento de Amadio Pintaro(Amadeo Pintro)
Certidão Casamento Amadeo Pintaro

Como vocês podem observar na Certidão de Casamento de  Amadio Pintaro o seu nome já foi alterado para Amadeo Pintro e os nomes de seus pais Michel Pintaro e Maria Righele foram alterados completamente, o mesmo acontecendo com Angela Santuari,  seus pais Giovanni Santuari e Maria Santuari,  e as testemunhas Giovanni Pauletti e Giovane Spada.
      
Acredito que nome correto da Angila Santuare é Angela Santuari, pois No livro Povoadores da Colônia Caxias de Mário Gardelin e Rovílio Costa, 1ª Reimpressão: 2015, página 256 consta a seguinte informação retirada do RCI – Registro Civil do Império: ”VI Légua, Travessão Herminia, lote 11 – ½ de 143.559 m² - SANTUARI GIOVANNI, 37, alfab., c.,do Tirol. Chegada: 28-8-1877. Na chegada a família era assim: Santuari Giovanni, 33: Maria 25 e Marina, 6 meses. Débito: 240$754. Lote quitado em 1893.”

Em documento fornecido por Hildo Pintro a minha irmã Enilda Pintaro através de e-mail em 04/05/2007, consta que Amadeo e Angela contrataram casamento civil no dia 16/10/1907, que ele e seus pais eram residentes na 3ª Légua, Travessão Cristal, colônia nº 4. Consta também, que Angela e sua família residiam na 3ª Légua. Há também no documento, no canto inferior esquerdo a informação que eles casaram no religioso dia 01/06/1907, livro – 03, folha 54v.

Solicitação casamento no civil de Amadio Pintaro(Amadeo Pintro)
Documento de Solicitação de casamento no
civil ao Cartório de Caxias , cedido por Hildo
           José Pintro

Amadeo Pintro  e Angela Santuari tiveram dez filhos sendo quatro homens: Rafael, José (Bepe), Augusto e Angelo (Albino), filho mais novo, pai do Antonio e do Hildo José Pintro; seis mulheres: Olivia, Rosa (Rosina), Maria, Erminda, Otavia e Fiorinda. No Blog www.familiapintro.blogspot.com da Ana Lucia Pintro,  há uma postagem de 30/01/2013 de André Ferrari, onde ele diz: “ Meu nome é André Ferrari, minha família é natural de Presidente Castello Branco. Meu falecido avô Artemio Ferrari, é filho de Rosina Pintro e Emilio Ferrari que por sua vez é filha de Amadeu Pintro e Santuari.”

Familia de Amadio Pintaro(Amadeo Pintro) e Angela Santuari
Em pé da esquerda para direita: Rafael, Olivia, Rosa(Rosina),
Maria, José(Bepe) e Augusto. Sentados: Angela Santuari,
Erminda, Otávia, Fiorinda, Angelo(Albino) pai do Antonio e
Hildo José Pintro  e Amadeo Pintaro


Amadeo Pintro faleceu no dia 15/02/1938 às seis horas, com cinquenta e dois anos,  de moléstia ignorada em Lageado Bonito, Município de Catanduvas-SC. Declarante foi José Pintro (Bepe), seu filho.

Óbito de Amadio Pintaro(Amadeo Pintro)
Óbito de Amadeo Pintro (documento cedido
Hildo José Pintro)

Quando fomos a Itália em fevereiro de 2013 para adquirirmos a Cidadania Italiana, em nossas buscas por mais informações de Michele Pintaro e seus filhos, além de suas certidões de nascimentos encontramos somente um registro e era referente a Amadio Pintaro, em Vicenza. Escreverei sobre esse momento mais adiante.

Estou à procura de mais informações e fotos da família de Amadeo Pintro e Angela Santuari e de seus filhos. Se alguém tem envie para este Blog.
      


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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

GIUSEPPINA PINTARO (PINTRO)

Giuseppina Pintaro,  nasceu 25/05/1882 em  Torrebelvicino, Província de Vicenza que faz parte da região do Veneto, Itália, filha de Michele Pintaro e Maria Righele, veio para o Brasil em 1893 com dez anos.

Certidão Nascimento de Giuseppina Pintaro (Pintro)
Certidão Nascimento Giuseppina Pintaro

Casou com 21 anos em 23/02/1901, na Villa de Caxias, hoje Caxias do Sul, a uma e meia hora da tarde com Giovanni Santacatterina, 21 anos que nasceu em  04/05/1881, natural de Malo, Provincia de Vicenza,  filho de Giacomo Santacatterina e Elisabetta Danieli. Foram testemunhas Antonio Cerechega e Luigi Pintaro irmão de Giuseppina.

Certidão Casamento de Giuseppina Pintaro(Pintro) Santacatterina
Certidão Casamento de Giuseppina Pintaro    

Consta na Certidão de Casamento o seu nome como sendo Juseppina Pintro, filha de Mechelle Pintro e Maria Arigule e que após o casamento passou a ser Juseppina Pintro Santacatterina. Consta também, averbação do seu falecimento com 56 anos em 31/07/1938 com o nome Josephina Santa Catharina. Consta também mais três averbações relacionadas a retificação de patronímico e local de nascimento de Giovanni Santacatterina que faleceu em 08/09/1945 em Galópolis, Caxias do Sul com 64 anos.

No livro Povoadores da Colônia Caxias de Mário Gardelin e Rovílio Costa, 1ª Reimpressão: 2015, página 737 consta o seguinte: “SANTACATTERINA Giovanni, *4-5-1881, em San Tomio di Malo-VI, +8-9-1945, em Galópolis, Caxias do Sul-RS, f. De Giacomo Santacatterina e Elisabetta Danieli, c.a 23-1-1901, na 1ª zona Caxias do Sul-RS, com Juseppina Pintro, f. De Mechelle Pintro e Maria Arigule.”

Estou à procura de fotos de Giuseppina Pintaro (Pintro) e Giovanni Santacatterina com seus filhos. Se alguém conhecer seus descendentes ou tiver alguma informação que me ajude a chegar até eles ou repasse a eles o endereço deste Blog para contato, agradeço imensamente.


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